“BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS.” (SÃO MATEUS 5,3)
Aquele que recebeu o desejo de promover a partilha do pão, recebeu daquele cujo pão foi partilhado muito mais do que lhe deu.
Os pobres recebem de Deus um sacerdócio involuntário, pois despertam em nós a caridade, e na luta para tirá-los dessa condição somos santificados.
Essa luta, cuja arma é o amor, nos faz sair do nosso egoísmo para nos mostrar o próximo em suas necessidades.
A caridade se opõe a ganância que é causa do egoísmo, e o egoísta não consegue amar a Deus e ao próximo, porque está encastelado no amor a si próprio.
Os pobres de espírito, e de coração, são os que nada cobiçam, além do que necessitam.
Estão livres do espírito (psiché) que incha os soberbos com o vento sepulcral da cobiça com a qual tombarão infelizes, porque ao final, tudo é vaidade. (Eclesiastes 1. 1-18)
Pobres de espírito são os que já não se deixam mover por aquilo que lhes faz apetecer de um amor tão grande ao dinheiro, a ponto de lhes fazer tirar o pouco daquele que pouco tem, para que possam ter muito mais do que necessitam.
E por nada cobiçarem na terra, que a eles será dado o Reino do Céu, e livres do amor as coisas temporais, estão aptos a receberem os bens eternos, colhendo o prêmio por terem incendiado os corações alheios e insensíveis com a chama da caridade. (Comentando a obra: O Sermão da Montanha, em Santo AGOSTINHO. p. 22)