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O LADRÃO CRUCIFICADO COM CRISTO FOI PARA O CÉU SÓ PORQUE CREO NELE?
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R. Não, pois, nos últimos instantes de vida, praticou atos de bondade.
Se diz do ato de caridade ou bondade, como toda ação capaz de transformar uma realidade atual em algo novo e melhor:
‘Todo aquele que está em Cristo é nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo! (II Coríntios 5, 17)’
Reconhecer-se culpado; aceitar a justiça sobre seus atos maus e se arrepender são posturas dos que já se reencontraram com o Bem.
Esses foram os atos do ladrão.
O principal, no entanto, foi defender Cristo, enquanto este era ofendido pela multidão e por outro malfeitor crucificado com ele:
“Desejando Pilatos soltar a Jesus, insistiu ainda.
Eles, porém, mais gritavam:
—Crucifica-o! Crucifica-o!
UM DOS MALFEITORES, ALI CRUCIFICADOS, BLASFEMAVA CONTRA ELE:
– SE ÉS O CRISTO, ENTÃO SALTE-TE A TI MESMO E A NÓS.
MAS O OUTRO O REPREENDE:
—SEQUER TEMES A DEUS, TU QUE SOFRES NO MESMO SUPLÍCIO?
—PARA NÓS ISSO É JUSTO.
—RECEBEMOS O QUE MERECEMOS POR NOSSOS CRIMES.
—MAS ESTE NÃO FEZ MAL ALGUM.’
O ladrão foi a voz que não se calou contra a injustiça que crucificava e oprimia a um inocente1.
Os atos da sua fé em Cristo o fizeram receber a promessa da salvação:
—JESUS, LEMBRA-TE DE MIM QUANDO TIVERDES ENTRADO NO TEU REINO.
JESUS ENTÃO O RESPONDEU:
—EM VERDADE TE DIGO: HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO.’
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O DOM DA CARIDADE PROVÉM DE DEUS?
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R. Em nossa imperfeição, amamos mais facilmente a nós que aos outros.
Por isso é normal no indivíduo um certo egoísmo.
Todavia, o egoísta não consegue repartir a bondade que gratuitamente recebeu, seja de Deus ou dos homens, porque só visa o ganho próprio.
Logo, é preciso crer no auxílio de Deus para que se possa amar ao próximo; a natureza e ao próprio Deus:2
“Eu sou a videira; vocês os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muitos frutos; pois sem mim nada podem fazer.’ (São João 15,5)
Só a caridade nos cura do egoísmo.
‘CATECISMO: §1931 – Que cada um respeite o próximo, considerando antes de tudo sua vida e meios necessários para mantê-la dignamente. Nenhuma lei, por si só, fará desaparecer os preconceitos e as atitudes de orgulho e egoísmo que constituem obstáculos para uma sociedade fraterna. Esses comportamentos só cessam com a caridade que nos faz ver cada ser humano como irmão.’
https://igrejamilitante.com.br/index.php/se-deus-e-amor-1-jo-48-o-amor-e-deus/
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A FÉ NECESSITA DE SINAIS VISÍVEIS?
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R. Se o mérito de crer sem ver é restaurar a confiança do ser humano em Deus, o Criador também não é insensível as nossas limitações que nos fazem acreditar e confiar mais facilmente no que vemos e tocamos.
Por isso, certas manifestações Divinas são visíveis por sinais, como os milagres; a água do Batismo, o pão e vinho da hóstia e a figura do Sagrado Coração de Jesus3, que auxiliam a fé a progredir na confiança em Deus.
Muitas coisas sabemos existir, mas não podemos vê-las, senão por seus sinais.
Não podemos ver o Amor.
Todavia, não podemos negar que o amor existe.
Quem vê o filho que cuida do pai enfermo; o pai que dá a vida pelo filho; o caridoso que partilha da sua comida e o Frei que entrega sua vida à fé e seus pertences aos pobres, vê o amor em seus sinais práticos.
Não podemos tocar no amor, mas por meio do amor podemos tocar outras vidas.
E assim é a fé, invisível em sua matéria, mas visível em seus efeitos concretos.
A caridade é um dos sinais visíveis de Deus, que se produz da fé verdadeira.
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A CAPACIDADE DE CRER TAMBÉM VEM DE DEUS?
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R. Sim, pois a imperfeição limitou o intelecto a reconhecer como realidade, apenas aquilo que nossos sentidos (visão, audição, olfato, tato etc.) conseguem capturar.
Mas a realidade que se percebe pelos sentidos foi gerada e é sustentada noutra realidade superior e invisível.
Essa, chamamos Deus
O mundo não pode criar a si mesmo, nem o universo gerar a si próprio.
A causa da criação não pode ser encontrava dentro da própria criação.
Logo, o que cria e conserva o que criou é Deus.
A realidade humana não podia acessar a realidade Divina sem o auxílio desta.
A fé nos permite reconhecer a realidade Divina invisível por meio dos atos da natureza humana visível que Deus tomou para si, em Jesus Cristo.
Nele, a realidade superior se permitiu ser vista e ouvida, testemunhando por ações materiais, as coisas que estão além da matéria visível.
1CATECISMO 14. DA OPRESSÃO § 2448.
2CATECISMO G.7.2: Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez uma realidade nova. Tudo isto vem de Deus, que nos reconciliou consigo por Cristo (2Cor 5,17-18).