A cena do nascimento de Cristo, representada no presépio, contém mensagens visuais da manifestação Divina que testemunham as profecias messiânicas escritas séculos antes, sobre o Deus que viria ao mundo assumindo nossa natureza humana.
Chegando a Belém toda Família Sagrada se aloja num estábulo, pois “[…] NÃO HAVIA LUGAR PARA ELES NA HOSPEDARIA.” (São Lucas 1. 8)
Tal ocorreu para que se cumprisse o que fora escrito: “ELE VEIO PARA OS SEUS, MAS OS SEUS NÃO O RECEBERAM.” (São João 1. 11)
“MAS TU, BELÉM-EFRATA, TÃO PEQUENA ENTRE OS CLÃS DE JUDÁ, É DE TI, QUE SAIRÁ DE MIM, AQUELE QUE É CHAMADO A GOVERNAR ISRAEL.” (Miqueias 5,1)
Não sendo recebido dentre os da sua origem ancestral, passou o Menino Deus a dividir o espaço do estábulo com animais para que se cumprisse aquela profecia:
“O BOI CONHECE O SEU POSSUIDOR, E O ASNO O ESTÁBULO DO SEU DONO; MAS ISRAEL NÃO CONHECE NADA, MEU POVO NÃO TEM DISCERNIMENTO.” (Isaías 1, 3).
Se os judeus não reconheceram o Senhorio Divino do Menino nascido, os animais o souberam fazer, pois o nascimento do Cristo fora acompanhado por CORDEIROS, animais que na Antiga Aliança representavam Cristo em seu sacrifício para remissão dos pecados: “EIS O CORDEIRO DE DEUS QUE RETIRA O PECADO DO MUNDO.” (São João 1.29)
Já o BOI, que é o animal que abre o caminho, sendo o primeiro que passa por ele, abrindo porteiras outrora fechadas, representava as DOZE TRIBOS DE ISRAEL, o povo escolhido para receber a primeira parte da revelação, e que abriu a estrada para passagem do Cristo, como fazem os bois no arado, cumprindo a vocação dada ao povo de Israel:
“[…] encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando com DOZE JUNTAS DE BOIS diante dele.” (I Reis 19. 19)
“Tinha grande e alta muralha com doze portas, guardadas por doze anjos. NAS PORTAS ESTAVAM GRAVADOS OS NOMES DAS DOZE TRIBOS DOS FILHOS DE ISRAEL.” (Apocalipse 21, 12)”
Havia o JUMENTO perto do Cristo recém-nascido, porque o jumento é o animal que passa pela estrada aberta pelo boi, que transportava carga para todos os cantos da terra, o qual representava os romanos, povo gentio (não semita), responsável pela fé cristã apostólica a ser transmitida ao mundo todo até nossos dias, e que após os judeus, carregariam a herança e os tesouros de Israel pelo mundo, pelos quais todos os outros povos da terra conheceriam Cristo, dando início a fé universal, cumprindo aquilo que o Espírito Divino havia revelado a Paulo, e, anteriormente, ao sumo sacerdote Caifás, preocupando-o com a possibilidade de Israel vir a perder seu poderio político, financeiro e religioso:
“SE O DEIXARMOS PROCEDER ASSIM, TODOS CRERÃO NELE, E OS ROMANOS VIRÃO E TOMARÃO O NOSSO LUGAR E TODA A NAÇÃO.” (São João 11, 48)
“VOLTA, ISRAEL, PARA O TEU DEUS, PORQUE FOI O TEU PECADO QUE TE FEZ CAIR. SEUS GALHOS SE ESTENDERÃO AO LONGE, E SUA OPULÊNCIA IGUALARÁ À DA OLIVEIRA E SEU PERFUME SERÁ COMO O ODOR DO LÍBANO.” (Oseias 14. 1 e 6)
Por isso, do povo judeu, representado no presépio pelo boi, restou declarado:
“ENTÃO JESUS LHES INQUIRIU: ‘A PEDRA QUE OS CONSTRUTORES REJEITARAM, TORNOU-SE A PEDRA ANGULAR. POR ISSO, EU VOS DECLARO QUE O REINO DE DEUS SERÁ TIRADO DE VÓS, PARA SER ENTREGUE A UM POVO QUE PRODUZA FRUTOS DIGNOS DO REINO.” (São Mateus 21. 43)
Já em relação ao povo romano, o qual seria o berço da Igreja de Cristo representado no presépio pelo jumento, restou profetizado:
“DOU GRAÇAS A MEU DEUS, POR MEIO DE JESUS CRISTO, POR TODOS NÓS, PORQUE EM TODO MUNDO É PRECONIZADA A VOSSA FÉ.” (Carta aos Romanos 1. 8)
“OBEDECESTE DE CORAÇÃO À REGRA DA DOUTRINA NA QUAL TENDES SIDO INSTRUÍDO. (Carta de Paulo a Igreja de Roma 6, 17)”
Haviam ainda três REIS PAGÃOS que vieram do oriente, pois se os descendentes dos profetas e patriarcas rejeitaram o Menino Deus, os pagãos o acolheram, veneraram e o adoraram: “[…] EIS QUE OS MAGOS VIERAM DO ORIENTE ATÉ JERUSALÉM.” (São Mateus 2, 2)
Estavam ali também alguns PASTORES, representando pessoas da classe mais pobre e humilde de Israel: “[…] HAVIAM ALI PASTORES QUE GUARDAVAM SEU REBANHO.” (São Lucas 2.8)
Esses três REIS que reverenciaram Jesus, representavam a Autoridade Real do Menino Deus que ali estava, e que é o Rei de todos os reis, sejam pagãos ou não pagãos: “O SENHOR ESTAVA ASSENTADO NO SEU TRONO” (II Crônicas 18, 18)
Já a reverência dos que pastoreavam as ovelhas, jumentos e bois representava o Sacerdócio eterno e universal de Cristo que é dado aos mais pobres, sendo aqueles encarregados dos cuidados do Cordeiro (Corpo de Cristo – Igreja. Ef. 5, 23), do boi (povo judeu) e do jumento (povo romano-gentio), cumprindo ao que fora profetizado:
“TU ÉS SACERDOTE PARA SEMPRE.” (Salmo 19, 4)
Os reis, que pertenciam as três raças primária da humanidade, quais sejam, raça branca, amarela e negra, e que testemunharam que Jesus não é Senhor apenas de uma uma única raça, lhes trouxeram três presentes: OURO, MIRRA E INCENSO.
O ouro simboliza a pureza, aquilo em que não há mistura com o imperfeito, com o corrompido, como é Cristo em suas naturezas Divina e humana, e também simboliza o que é absolutamente valioso por si só.
Também simboliza a dignidade e realeza dos talheres e utensílios usados para Ceia do Rei, cujo pão eterno, seu Corpo, seria ofertado pela remissão dos pecados e comunhão com toda humanidade:
“FEZ DE OURO OS UTENSÍLIOS QUE DEVIAM SER COLOCADOS SOBRE A MESA: AS XÍCARAS, OS COPOS E AS TAÇAS NECESSÁRIAS ÁS LIBAÇÕES OFERTADAS A DEUS.” (Êxodo 37, 16)”
“[…] SOBRE A MESA DOS PÃES da proposição, o PÃO PERPÉTUO estará sobre ela.” (Números 7. 4)
A mirra é o óleo que se unta cadáveres, preanunciando o sacrifício do Menino Deus, no qual viria a ser besuntado o esquálido corpo de Cristo após sua morte, o qual fora assentado num leito fúnebre de pedra: “ACOMPANHOU-O NICODEMOS, AQUELE QUE ANTERIORMENTE FORA DE NOITE TER COM JESUS, LEVANDO CEM LIBRAS DE UMA MISTURA DE MIRRA E ALOÉS.” (São João 19, 39)”
Isso se deu para que se cumprisse ao que outrora fora profetizado:
“PERFUMEI MEU LEITO COM MIRRA.” (Provérbio 7, 17)
O incenso representou a ascensão, a subida do Cristo sacrificado ao Céu após a sua ressurreição, para assentar ao lado direito do Deus Pai, razão porque, o incenso é um símbolo de Cristo ressuscitado ascendendo ao Céu:
“CONSTRUIRÁS UM ALTAR PARA QUEIMARES SOBRE ELE UM INCENSO.” (Êxodo 30, 1)”
O toque de sua Santíssima MÃE, MARIA, agasalhando-o num manto, testemunha a pureza e imaculabilidade do ventre que o gerou, pois estava na Lei sagrada:
“O Senhor disse a Moisés:
“[…] quando uma mulher der à luz um menino será impura durante sete dias. No oitavo dia far-se-á a circuncisão do menino; ela ficará ainda trinta e três dias no sangue de sua purificação, NÃO TOCARÁ COISA ALGUMA SANTA, e não irá ao santuário até que se acabem os dias de sua purificação,” (Levítico 12. 1 a 3)
Mas a Santíssima após dar à luz, toca no que há de mais puro e santo em todo universo porque era a única, dentre os presentes, que podia tocar no Santíssimo Deus:
“E deu à luz seu Filho Primogênito, e, ENVOLVENDO-O em faixas, RECLINOU-O num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (São Lucas 2, 7)
E assim nasceu JESUS, o MENINO DEUS, de um Pai Divino e uma mãe humana, estabelecendo nele, a comunhão indissolúvel entre a Divindade e a humanidade.