1 — Parece que o ser humano não precisa de uma alma, posto ser a vida uma função orgânica produzida exclusivamente no corpo.[1]
2 — Além disso, vive num mundo material, sendo materiais todas as coisas de que necessita para interagir nesse mundo.
3 — Mas se os humanos possuem almas, forçoso que os animais irracionais e plantas também as tenham, sendo idêntico o destino dessas almas, qual seja, morrer com o corpo, como diz a Escritura: “[….] o destino dos homens e dos animais é o mesmo, um mesmo fim os espera, pois a ambos foi dado o mesmo sopro de vida. Tanto morre um quanto outro.[2]
4 — Por fim, mesmo que a alma sobreviva separada do corpo, nela não permaneceria a razão ou a consciência “[…] porque os mortos nada sabem e sua memória jaz no esquecimento.[3]
MAS EM CONTRÁRIO, a natureza humana é composta de um corpo mortal onde habita uma alma imortal, como disse Jesus: “[…] não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” (São Mateus 10, 28)
SOLUÇÃO: Alma é o princípio da vida que anima os corpos vivos.[4]
É o elemento invisível que compõe a natureza dos seres que vivem, através da qual o corpo subsiste e age, pois um corpo sem alma é inútil e disfuncional.
Um ser sem alma é apenas o amontoado de massa biológica morta e inoperante.
E todo corpo inoperante é imperfeito, porque imperfeito se diz de tudo que não atinge o fim para o qual existe, e os corpos só existem para o agir e o mover.[5]
Tudo que tem vida, tem alma.[6].
A alma é o motor, e o corpo, o objeto a ser movido.[7]
O corpo não tem nele próprio a força vital da animação e do movimento, não possuindo mecanismos para produzir e manter em si o ânimo e o mover de maneira perpétua e contínua.
O elemento imaterial que dá vida ao corpo, chamado alma, não pode ser produzido na matéria orgânica, e, consequentemente, o corpo físico não tem domínio sobre essa força anímica para retê-la, dispensá-la e reavê-la a seu bel prazer.
Assim fosse, um corpo morto poderia reviver, pois tivesse em si o domínio da alma, teria pleno poder sobre sua própria existência.
A alma não é uma propriedade corporal que nos vem pela genética, pois se assim fosse, mulheres não dariam a luz a fetos mortos.
É o fôlego Divino que dá a vida e anima[8] os corpos:
LEMBRA-TE QUE MINHA VIDA NADA MAIS É DO QUE UM SOPRO. MEUS DIAS SÃO APENAS UM SOPRO.” (Jó 7,7 e 16)
“O SENHOR DEUS FORMOU O HOMEM DO BARRO DA TERRA, E INSPIROU-LHE NAS NARINAS O SOPRO[9] DA VIDA E O HOMEM SE TORNOU UM SER VIVENTE.” (Gênesis 2,7)
Por isso, a natureza do ser vivo é composta de dois elementos: o material e visível que é o corpo; e o imaterial e invisível que é a alma.
O corpo contém propriedades da terra, porquanto tomada do barro sua substância[10] e forma; enquanto a alma é celestial, posto que sua origem não se encontra na matéria, sendo por isso, cientificamente inexplicável:
“[….] A PÁTRIA DE ORIGEM DA ALMA É DEUS QUE A CRIOU. SOBRE SUA SUBSTÂNCIA PRÓPRIA NÃO POSSO RESPONDER, POIS NÃO É POSSÍVEL COMPARÁ-LA COM AS DIVERSAS NATUREZAS QUE NOSSOS SENTIDOS PERCEBEM. NÃO TEM NENHUM DOS QUATRO ELEMENTOS DO CORPO, QUAIS SEJA,, TERRA, ÁGUA, AR E FOGO,. […] SE A PERGUNTA É SOBRE A COMPOSIÇÃO DO SER HUMANO, RESPONDO QUE É CONSTITUÍDO DE ALMA E CORPO. QUANTO A ALMA NÃO SABERIA DIZER COMO É TAL SUBSTÂNCIA..” (AGOSTINHO, De Quant., I, I, 232)
Os corpos só são capazes de aprender, conhecer ou experimentar através da alma.
Ora, a rocha não pode sentir dor.
E nem o mármore sentir prazer.
Dor e prazer são próprios dos seres que tem alma, pois a sensibilidade é uma operação exclusiva da alma sobre os corpos.
Dor, prazer e desejo pelas coisas sensíveis só pertence aos seres vivos, assim como o apetite por se nutrir das coisas ao seu redor para sobreviver, crescer e se reproduzir, como no caso dos animais, e também dos vegetais.
Os seres têm seus corpos animados pela alma que lhes dá a vida; enquanto os inanimados, como os pertencentes ao reino mineral, não têm vida porque não lhes pertence a natureza anímica, e, portanto, a faculdade de viver.
Enquanto o corpo subsiste sustentado pela alma; a alma subsiste sustentada pelo Poder Metafísico[11] do qual emanou.
A vida ou alma está no corpo, mas não pertence ao corpo:
“O SENHOR É QUEM TIRA E DÁ A VIDA.” (I Samuel, 2 e 6)
Na alma encontramos a forma do ser vivente, a qual também recebe do corpo influências que determinam sua característica e temperamento.[12] A maneira pela qual se usa a razão, se reage a dor, ao prazer e a maneira pela qual se busca a felicidade e a satisfação do apelo sensível do corpo é o que definirá sua personalidade.
Todavia, há considerável diferença entre a alma humana e a dos demais seres.
Só a alma humana é capaz de reconhecer e interagir com elementos que estão além do corpo físico.
Ora, o animal irracional é incapaz de afeiçoar aquilo que não esteja vinculado ao seu prazer corporal; nem conhecer dor que não esteja vinculada a lesão física ou carência de contatos.
Ele se afeiçoa à comida pelo prazer de comer; se afeiçoa ao coito pelo prazer do sexo; protege sua integridade corpórea pela experiência da dor, e sofre a ausência do dono pela perda das carícias e proteção.
Mas o animal é incapaz de afeiçoar à comida por ser fruto do trabalho, independente do sabor.
É incapaz de afeiçoar a fêmea, senão pela possibilidade da conjunção carnal.
É incapaz de se submeter voluntariamente a dor para o tratamento que lhe cure da doença.
É incapaz de sentir e compreender a dor da perda e da morte abstratamente.
Entretanto, é capaz de esquecer o afeto e a proteção do dono, se encontrar outra alternativa em obter tais coisas.
Embora devamos protegê-los e amá-los, não esperemos deles que sejam capazes de nos amar no mesmo nível, pois as suas almas não foram dotadas da capacidade de contemplar o amor que não seja físico, e na contemplação do amor extracorpóreo, retribuí-lo, na mesma proporção.
Só a alma humana é capaz de amar com ou sem a pulsão da paixão física.
O homem pode amar uma mulher, e esse amor apetecer ao corpo e no corpo vir a ser satisfeito.
Entretanto, ele também conseguirá amar fora do corpo, como se ama as mães e as filhas.
Isto porque a alma humana possui os dons espirituais da razão, inteligência, vontade livre e consciência, os quais regulam e colocam em ordem as expressões do afeto e do amor.
Além dessas virtudes, a alma humana é dotada dos dons da arte, destreza e dos talentos.
Esses dons não se acham na alma dos irracionais, e, portanto, não podem ser operados e expressados através dos seus corpos.
E nem se pode dizer desses dons que sejam virtudes produzidas exclusivamente no corpo humano, pois se todos os corpos são compostos de idêntica substância, deveriam ter o mesmo nível de inteligência; os mesmos talentos; a mesma destreza e idêntica vocação pelas artes.
Todavia, uns tem vocação para aprender, mas não para ensinar.
Outro para contemplar a boa leitura, mas não para se tornar escritor.
Há os que vocam a contemplar a beleza do canto e da música, mas não possuem dom para compor ou cantar.
Uns tem talento para dançar; outros para as artes cênicas, para a ciência e a matemática.
Uns têm vontade de casar; outros de permanecerem sós.
Uns tem destreza para pilotar, dirigir e para manufaturar objetos com precisão, e outros não.
Tais ações precisam da alma para existir, e serem postas no mundo físico por meio de atos práticos do corpo.
Ora, se temos nos corpos idêntica substância e funções, todos deveríamos operar pelo corpo a mesma destreza, os mesmos dons; a mesma inteligência e as mesmas artes e talentos. Isso não ocorre, porque o que determina tais virtudes particulares não está hospedo nos corpos, mas na alma, determinando a personalidade e formatando cada indivíduo, que embora idêntico aos demais na substância dos corpos, é completamente distinto nas ações anímicas.
Como ensina a Igreja:
“TODA BOA DÁDIVA E TODO DOM PERFEITO VEM DO ALTO, DESCENDO DO PAI DAS LUZES, EM QUEM NÃO HÁ MUDANÇA, NEM SOMBRA DE VARIAÇÃO.” (São Tiago 1, 17)
O ponto na alma humana onde habitam essas virtudes, e o qual a difere dos irracionais é o que chamamos ‘psique ou MENTE.
A mente é propriedade da alma, enquanto o cérebro é próprio do corpo.
Mas além do ‘psique, há outro ponto na alma humana chamado ‘pneuma ou ESPÍRITO.
Se no ‘psique ou mente do ser humano habitam os dons naturais, os talentos e as artes, é no espírito que reside os dons superiores, e dentre eles, o superior a todos que é o da sabedoria do amor, que lhe permite saber e poder amar. Essa sabedoria é a potência da alma que nos permite conhecer e interagir com o Amor Supremo do qual nos vêm a consciência da justiça, da esperança, da caridade, do arrependimento, da verdade, da felicidade e da bondade.
O espírito também nos habilita conhecer e distinguir as realidades imateriais, que são eternas, das realidades materiais que são temporárias.
O espírito é o princípio intelectivo da alma por excelência, pois a verdadeira sabedoria está na capacidade de amar, e o amor, que é eterno, transcende aos corpos que são finitos.
A consciência da eternidade do amor em nossa alma espiritual é o que nos encoraja a renunciar ao próprio corpo por causa desse amor, como os mártires, que se submetem a morte física para não negar o amor divino no espírito.
Ora, a sujeição ao martírio por amor não nos vem do corpo, pois a matéria corporal só se inclina naturalmente à proteção e autoconservação.
O espírito é aquilo que nos move buscar satisfações que não podem ser encontradas no âmbito corporal ou material,[13] na contemplação da paz e da felicidade que só há no amor que é eterno.
Pelo espírito, o ser humano está programado a buscar e encontrar o fim para o qual fora criado[14] que é a vida sobrenatural, enquanto o corpo, ligado às coisas sensíveis, e por vezes desligado das espirituais, se lança à busca de coisas puramente efêmeras e materiais.[15]
No espírito encontramos as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da oração e adoração, dentre outras, que estão em nós pela imagem de Deus, que ele próprio imprimiu em nossas almas quando nos criou. E como toda imagem tende para o seu modelo, a imagem de Deus em nós, é o que nos eleva à ele.[16]
Não podemos ter fé pelo corpo ou mente, mas só pelo espírito.
Não podemos ter esperança na certeza da vida eterna vindoura, senão pelo espírito.
Não podemos realizar o amor perfeito da caridade, que renuncia ao corpo e a mente por amor, senão pelo espírito:
“TRÊS COISAS SÃO ESTABELECIDAS: ESPÍRITO, ALMA E CORPO, OS QUAIS, DUAS SÃO INVERSAMENTE, POIS A ALMA MUITAS VEZES É NOMEADA JUNTAMENTE COM O ESPÍRITO, E COM EFEITO, A CERTA PARTE SUPERIOR DA MESMA, QUE FALTAM AOS SERES BRUTOS QUE É CHAMADA DE ESPIRITO. ENTRE NÓS O ESPÍRITO É O PRINCIPAL. DEPOIS, SOMOS UNIDOS AO CORPO PELA VIDA, ISTO É, A CHAMADA ALMA; ENFIM, O ÚLTIMO É O CORPO, POIS O PRÓPRIO É VISÍVEL DE NÓS.” (AGOSTINHO, De Quant. X, 23)
Se Deus é imortal, são imortais todas as imagem que ele esculpiu de si próprio na obra de sua criação:
EU SEI QUE TUDO QUANTO DEUS FAZ DURARÁ ETERNAMENTE; NADA SE LHE DEVE ACRESCENTAR; NADA SE LHE DEVE TIRAR. ” (Eclesiastes 3:14)
Nisso se responde as questões acima:
1 — Como dito, tal argumento não se acolhe, pois se os corpos físicos tivessem em si mesmos a capacidade de lhes produzir suas próprias almas, teriam então, o domínio de sua própria existência. Pela lei natural, um corpo só pode produz e reproduz algo que seja corpóreo, do mesmo modo que a alma, que não é corpórea, não pode produzir e gerar um corpo. Não se pode tirar de um objeto coisas distintas de sua natureza, como da água produzir o fogo ou do fogo produzir água. Os seres reproduzem os seus corpos, enquanto Deus cria para esses as almas, e faz a união dessas almas com os corpos, para formar um ser vivo, perfeito e completo:
NA SUA MÃO ESTÁ A ALMA DE TUDO QUANTO VIVE, E O ESPÍRITO DE TODA A CARNE HUMANA.” (Jó 12. 9 e 10)
2 — O ser humano viveria feliz num mundo material, se fosse apenas matéria. Mas sendo corpo e alma, necessita das coisas que vem da matéria e nutrem o corpo, tanto quanto das que vem do espírito e nutrem sua alma espiritual, como dito dos sacramentos da Eucaristia e Batismo:
“PORQUE O PÃO DE DEUS DESCE DO CÉU E DÁ VIDA AO MUNDO”.
DISSERAM-LHE: “SENHOR, DÁ-NOS SEMPRE DESTE PÃO!”. (São João 6, 33 e 34)
“TODO AQUELE QUE BEBER DESTA ÁGUA [DO POÇO] TERÁ SEDE DE NOVO. MAS O QUE BEBER DA ÁGUA QUE DAREI NUNCA MAIS TERÁ SEDE [….]
A MULHER DISSE ENTÃO A JESUS: «DÁ-ME DESSA ÁGUA PARA QUE EU NÃO TENHA MAIS SEDE.” (São João 4,10-15)
A mente e o espírito necessitam de bens abstratos, do mesmo modo que o corpo precisa dispor dos bens físicos e sensíveis. Cada qual tem necessidades de acordo com sua natureza.
3 — Como dito, tudo que vive tem alma, e tudo que tem alma, vive.
De fato, a alma humana, a dos irracionais e das plantas tem no sopro Divino a mesma origem. Entretanto, a humana se distingue em sua constituição, pois nela Deus imprimiu sua IMAGEM:
“E CRIOU DEUS O HOMEM À SUA IMAGEM; À IMAGEM DE DEUS O CRIOU; O HOMEM E A MULHER OS CRIOU.” (Gênesis 1, 27)
Tudo que carrega em si a imagem de Deus, é imortal, porque participa da imortalidade daquele cuja imagem é gerada.
Nos irracionais, não havendo essa imagem plasmada em suas almas, e não sendo julgados por Deus, por não possuírem razão e vontade livre, morrem suas almas com seus corpos. Entretanto, todo animal e vegetal que já viveu, voltará à vida no fim dos tempos, pois como se diz em Eclesiastes, (…) tudo quanto Deus faz durará eternamente.
Mas a alma humana viverá mesmo fora do corpo, porque a inteligência, a razão, a vontade livre e o histórico de vida, serão por Deus preservados para o juízo final, pois:
“EIS QUE VENHO EM BREVE E A MINHA RECOMPENSA ESTÁ COMIGO, PARA DAR A CASA UM CONFORME AS SUAS OBRAS.” (Apocalipse 22,12)
Assim, o destino dos seres humanos, dos seres brutos e dos animais irracionais é idêntico, quanto ao corpo, qual seja, a morte ao perder o fôlego de vida.
Mas não é idêntico em relação a alma.
4 — O conhecimento da alma em si mesma é diferente do conhecimento que a alma possui no corpo. A alma conhece alegria e tristeza; afeto e ódio; êxtase e repulsa; prazer e dor por meio do corpo no qual habita. Mas tudo isso passa após a morte, e dessas coisas, nada mais sabem ou têm parte os que já se foram do meio dos vivos. Por isso, os vivos sabem que experimentarão a morte; mas os mortos não sabem o que estão experimentando os que ficaram vivos, porque, salvo por uma revelação especial de Deus, já não sabem o que acontece “debaixo do sol”. Para os que morrem, não há mais tesouros ou prêmios na terra que lhes possa ser útil, cobiçar ou receber, pois; [….] para eles não há mais recompensa.
Todavia, é a tendência natural dos vivos esquecerem dos que morreram; [….] porque sua lembrança jaz no esquecimento:
“NÃO HÁ LEMBRANÇA DURADOURA DO SÁBIO, ASSIM COMO A DO TOLO, VISTO QUE AMBOS SERÃO ESQUECIDOS NOS DIAS VINDOUROS. INFELIZMENTE, O SÁBIO MORRERÁ ASSIM COMO O TOLO.” (Eclesiastes 2,16)
“POIS NA MORTE NÃO HAVERÁ LEMBRANÇA DE TI; NA SEPULTURA, QUEM TE DARÁ GRAÇAS?” (Salmos 6, 5)
Por isso, “[….] os vivos sabem que hão de morrer, MAS OS MORTOS NÃO SABEM COISA ALGUMA, nem tampouco terão eles recompensa. Também o seu amor, o seu ódio e sua inveja já não existem mais, e já não tem para sempre parte alguma, em coisa alguma DO QUE SE FAZ DEBAIXO DO SOL. (Eclesiastes 9, 4, 5 e 6)
Logo, em momento algum esse texto diz que as almas separadas do corpo não teriam consciência do que foram, e fizeram, pois a reta justiça Divina não poderia julgar quem não tem consciência de seus atos pretéritos.
FOI DITO AO LADRÃO QUE NAQUELE MESMO DIA ESTARIA NO PARAÍSO?
[1] GRASSET, J. Os Limites da Biologia. Cap. 4°.
[2] Eclesiastes 3. 19, 20 e 21.
[3] Eclesiastes 9. 4, 5.
[4] Agostinho. De Anima. II Cap. I
[5] RUMBLE. M.S.S, DA IMORTALIDADE DA ALMA. Resposta aos Racionalistas e Outros. Cap. 1, p. 9, III par. Pub. 1.959. Editora Vozes
[6] Como disse ainda Agostinho: “O corpo É O MENSAGEIRO da alma.” (De Ord. II e XI, 32)
[7] Aquino. Q 75 art. 1. Livro Suplementar. Suma
[8] Alma, em latim “anima.” É o princípio animador de todo organismo vivo. A inspiração do oxigênio pela respiração e a tomada de alimentos pela comida e bebida são condições para o ser continuar existindo; mas a alma é o princípio da vida dele. Sem alma, não é possível a vida, nem mantê-la. (RUMBLE. M.S.S, DA IMORTALIDADE DA ALMA. Resposta aos Racionalistas. cap. 1, p. 9, III par. Pub. 1.959. Editora Vozes)
[9] Sopro: ר֣וּחַ (rū·aḥ) no aramaico; pneuma na língua grega: vento que exala de um corpo vivente, a respiração ou a vida insubstancial, também chamada espírito. (Strong’s n° 7603)
[10] Substância (ousia) é tudo aquilo que está num ser, fazendo parte dele, em natureza e essência, e, através da qual, ele subsiste, sendo o que é, nos permitindo dizer dele por diversas maneiras. (REF. ARISTÓTELES. Metafisica. Vol. I e II. São Paulo: Edições Loyola, 20)
[11] O Poder que deu origem, cria e sustenta a matéria, que está na matéria mas também a transcende. O Poder Criador ou simplesmente, DEUS, o que é Grande demais para que possamos conhecê-lo nas limitações da matéria. (Jo 36, 26)
[12] “De modo que a alma do homem se torna, de certo modo, em tudo, pelo sentido e pelo intelecto. (AQUINO. Santo Tomás, Suma Teológica. Livro Ia Parte. Tratado Sobre o Homem. Q 80, art. 1°)
[13] CATECISMO §2546: Bem-aventurados os pobres em espírito” (Mt 5,3) O Verbo chama “pobreza em espírito” o desapego pela busca das riquezas materiais, e a humildade voluntária de um espírito humano em sua renúncia a isso, como o exemplo de Deus, que em Cristo “se fez pobre por nós” (2 Cor 8,9).
[15] CATECISMO §2516: Já no homem, tratando-se de um ser composto, espírito corpo, existe certa tensão, desenrola-se certa luta de tendência entre o “espírito” e a carne. Mas essa luta, de fato, pertence à herança do pecado, é uma consequência dele e, ao mesmo tempo, uma confirmação, e faz parte da experiência do combate espiritual: Assim, pois, de um lado, pelo meu espírito, sou submisso à Lei de Deus; de outro lado, por minha carne, sou escravo da Lei do pecado. (Romanos 7, 26)
[16] CATECISMO §2098