EUTANÁSIA: O EGOISMO DISFARÇADO DE MISERICÓRDIA

Martírio de São Policarpo, ano 155.

Eutanásia é possibilidade de matar ou aceitar a própria morte para livrar alguém ou se livrar de dores físicas insuportáveis ou de vida vegetativa clinicamente irreversível.

Em nosso país, tal prática até o momento é proibida, tipificada como crime de homicídio (artigo 121 Código Penal), vez que nossa legislação prestigia a ortotanásia que é a morte oriunda do processo natural.

A eutanásia tanto pode ser “suicídio suavizado” ou “assassinato misericordioso” consistindo de qualquer modo, num atentado direto à vida, tendo por consequência pior, a morte da , do temor, do amor e da esperança em Deus.

A Lei perfeita e eterna de Deus não outorgou ao ser humano o poder arbitrário sobre sua vida ou morte, nem dos seus semelhantes:

Amor de Deus

 “O Senhor é o que TIRA A VIDA E A .” (I Sm. 2,6) 

“Eu sou o Único, FAÇO MORRER E FAÇO VIVER.” (Dt  32, 39)”

“NÃO MATARÁS.” (Ex 20, 3)”

Aquele que ama a Deus sobre todas as coisas, suporta em seu Santíssimo NOME todas as mazelas e aflições, assim como aquele que ama ao próximo como si mesmo, suporta com ele todas suas dores e as angústias da vida, sendo sua escora e arrimo.

A CARIDADE É A ESSÊNCIA DA FÉ.

A busca em se livrar do padecimento físico e psicológico de um parente ou amigo pela eutanásia, pode esconder o pecado do egoismo, disfarçado em ato de misericórdia.

O egocentrismo nos inclina livrar de fardos ou jugo alheio que pelo vínculo do amor nos atrela aqueles que sofrem.

Suportar a dor e o sofrimento para não desobedecer, não desonrar, não violar a Vontade Soberana de Deus, é dádiva Divina.

O sacrifício de Cristo por Amor e Obediência à vontade Deus, trouxe novo significado para o sofrimento: ? “Aquele para quem e porquem todas as coisas existem, desejando conduzir à glória numerosos filhos, DELIBEROU ELEVAR À PERFEIÇÃO, PELO SOFRIMENTO, O AUTOR DA SALVAÇÃO deles; (Hebreus 2.10)”

Porque devamos ser imitadores de Cristo (I Cor. 1.11), é que Deus reservou Maior Glória aos seus mártires, como Santo Estevão, que foi apedrejado (Atos 6 e 7), Santo Inácio de Antioquia (ano 110 DC) devorado por feras ou São Lourenço (ano 225), queimado vivo, dentre outros.

Como disse o profeta: “? se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, TERÁ UMA POSTERIDADE DURADOURA, PROLONGARÁ SEUS DIAS, E A VONTADE DO SENHOR SERÁ POR ELE REALIZADA. “(Isaías 53.10)”

Aceitar a eutanásia ou insinuar não ser este método contrário ao propósito de Deus é proclamar que os santos mártires, os quais tiveram opção em negar a fé cristã para não serem mortos, pereceram em vão. Mas ao contrário, esses santos suportaram com vigor da fé, esperança e temor a Deus, todas as dores físicas, psicológicas e morais, e se tornaram ícones de honra ao Nome de Cristo, porque “rica e gloriosa é a herança que ele reserva aos santos. (Efésios 1,18)”.

SANTIDADE OU MALÍCIA: DOIS CAMINHOS A ESCOLHER

Sem a esperança e o temor dos mártires que não negaram a fé, é certo que o cristianismo não chegaria aos tempos atuais.

O abandono da fé, esperança e temor nas horas mais tristes e nefastas, implica no triunfo do desespero ao desacreditar que Deus, até nos maus momentos, busca realizar em nós algum Bem.

Na eutanásia, como no assassinato, encontramos o pecado da infidelidade à vontade e soberania de Deus sobre a vida humana.

A infidelidade se opõe a fé, sendo pecado contra a fé, e portanto, mortal para salvação.

Ensina Santo Tomás de Aquino: ? “o desespero é mais perigoso, pois pela esperança, evitamos o mal e somos levados a buscar o Bem. Por onde, desaparecida ela, caímos desenfreadamente nos vícios e abandonamos todas as boas obras. Está na Escritura. Se tu perdes a esperança,descorçoado no dia da angústia, será minguada a tua fortaleza. Nada há de mais execrável que o desespero, pois a presa dele perde a constância desta vida, como o que é pior, na fé. E Isidoro diz: Perpetrar num pecado é morte da alma; mas desesperar nele, é descer ao inferno.” (Suma Teológica, Q 10 art 3º Do Desespero Humano)

“Não me desespera de meu estado, ao contrário, tenho a firme esperança de escapar dessa doença (II Macabeus 9, 22)”

Mas ainda que o corpo se exaure, e pereça nas doenças, o que importa é preservar a alma sadia para o juízo de Deus.

Foi o desespero, aliado a agonia em se livrar de sofrimento intenso que levou Judas Iscariotes ao suicídio quando perdeu a esperança, a fé e o temor, perdendo assim, a chance de se tornar um grande SANTO ao se arrepender, passando a histórica apenas como o traidor.

A eutanásia é o culto a desesperança, ao desespero, a falta de fé e de temor, que nos faz descumprir a vontade de Deus, colocando o mandamento Divino da PRESERVAÇÃO DA VIDA, abaixo do nosso conforto e bem-estar.

A esperança é a expectativa do alcance do Bem maior futuro que é a salvação.

Não há esperança, senão em Cristo, pois sem Ele não haveria salvação para a alma, nem para o corpo.

O Bem Divino esperado, muitas vezes nos faz trilhar por caminhos árduos.

Mas o ardor, o sofrimento e a dificuldade não poderão fazer desaparecer a esperança, a fé, o amor e o temor, posto que a arduidade do esforço, torna o Bem Divino mais valioso.

 

É o esforço para manter a esperança e a fé é o que nos prepara para maior Glória ao lado de Cristo.

A Graça de Deus não extingue esforço humano, mas com ele colabora para fortalecê-lo naquilo em que não seria dado ao indivíduo obter por esforço próprio.

O martírio nos santifica e honra em Deus, e diante de Deus. Mas não existe martírio que não se faça da dor.

A fé que não se firma, não adere obedecer a vontade de Deus, é apenas uma vã ilusão.

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