POR QUE A FÉ CATÓLICA É A ÚNICA MANIFESTAÇÃO AUTÊNTICA DO CRISTIANISMO?

Como identificar a fé cristã, dentre as incontáveis que assim se autoproclamaram? Qual seria a única e verdadeira Igreja? Qual Doutrina teria sido deixada por Cristo para ser transmitida pelos Apóstolos?

Apenas a fé e a Igreja Católica são genuinamente a expressão do Cristianismo.

Podemos provar isso em DEZ conclusões: 

1. Cristo é a única Verdade> “EU SOU o caminho, e A VERDADE e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (São João 14,4)

2. E a Verdade que é Cristo está depositada numa ÚNICA Igreja> “[…] se eu tardar, quero que saibas como deves te portar na casa de Deus, que É A IGREJA de Deus vivo, COLUNA E SUSTENTÁCULO DA VERDADE.” (I Timóteo 3,15)

3. Essa Igreja fora edificada no tempo e na história pelo próprio Cristo quando andou entre nós, dando a ela as CHAVES que ligam o céu e a terra: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra EDIFICAREI A MINHA IGREJA […] EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. (São Mateus 16, 18 e 19)

4. Saiu de Jerusalém e se instituiu em Roma> “Apareceu-lhe o Senhor e disse: Deste testemunho de mim em Jerusalém, IMPORTA TAMBÉM QUE DÊS EM ROMA.” (Atos dos Apóstolos 23, 11)

5. Permanecendo em Roma profetizou-se que por meio dela Cristo esmagaria a serpente> “O Deus da Paz NÃO TARDARÁ A ESMAGAR SATANÁS DEBAIXO DOS VOSSOS PÉS.”  (Romanos 16, 20)

6. E que a SÃ DOUTRINA viria só por seu intermédio> “[…] estais CHEIOS DE UM PERFEITO CONHECIMENTO.” (Romanos 6, 17)

7. E que sua fé, sem distorções, seria pregada em todos os cantos da terra, e para todos os povos> “EM TODO O MUNDO É PRECONIZADA A VOSSA FÉ.” (Romanos 1, 8)

8. E quem não a reconhecer, não estará reconhecendo ao próprio Cristo> “JESUS DISSE: E SE RECUSAR OUVIR TAMBÉM A IGREJA, seja ele para ti como um pagão e um publicano.” (São Mateus 18. 17 e 18)” Quem vos OUVE a mim OUVE; e quem vos rejeita a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.(São Lucas 10, 16)

9. A Igreja fora dada a garantia de que as portas do inferno, ou seja, aquilo que procedesse do mal e da mentira não prevaleceria contra ela: Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, E AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO. (São Mateus 16. 18)”

10. Por fim, recebeu a profecia de que viriam, mestres insensatos, falsos profetas e cínicos doutores que promoveriam rebeliões, protestos e divisões que trariam doutrinas que levariam muitos à perdição: “Rogo-vos, que desconfieis daqueles que CAUSAM DIVISÕES e escândalos, APARTANDO DA DOUTRINA QUE RECEBESTES. Evitai-os! (Romanos 16, 17)”

Se a verdadeira religião, é Deus realizando a salvação da humanidade por meio da humanidade do Filho, de certo que a salvação vinda de Deus só pode ser buscada e encontrada na humanidade por Ele assumida para o sacrifício em nosso favor, sendo infrutífero para o homem buscar a salvação, e querer achá-la diretamente na Divindade.

A fé recebida dos Apóstolos não está firmada em ideologias, técnicas de autoajuda ou persuasão de pensamentos. Nem nas emotividades irracionais ou interpretações pessoais das Escrituras que geram opiniões particulares sujeitas a mudança segundo lhe convier.

Funda-se na autossuficiência de uma HUMANIDADE imortal e incorrupta tomada pela Divindade, cuja comunhão com nossa humanidade corrompida e morta constituiu-se no único meio para alcançarmos a vida eterna.

“Somos um só CORPO EM CRISTO”. (II Coríntios 12, 27)

A Divindade agora, age por via da humanidade assumida, e nada realiza no plano da salvação, senão por este Corpo assumido, pois se da raça humana veio o pecado, da raça humana haveria de vir a reparação desse pecado.

Só sendo Deus e homem para promover a reunião da Divindade com a humanidade: Ele nos reconciliou PELA MORTE DE SEU CORPO HUMANO, para que nos possais apresentar santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai. ” (Colossenses 1.22)

Apenas a exata compreensão do que significou a ENCARNAÇÃO DO VERBO, em seus efeitos práticos inseridos na nossa realidade <chamados sacramentos> nos quais temos comunhão com o sacrifício de Cristo, é o que se pode conhecer e se identificar como fé cristã. O pecador jamais terá as graças da salvação diretamente da DIVINDADE, pois todo favor e misericórdias indispensáveis à vida eterna lhes serão canalizadas exclusivamente pela humanidade que o próprio Deus assumira na Pessoa do Filho, vertendo-se depois para a humanidade daquele que, por crer, a receberá.

Onde reside a doença, aplica-se o remédio que com ela seja compatível.

Sana-se, e sara-se a humanidade pecadora na comunhão com a humanidade sacrificada do santo Cordeiro. Se na humanidade Divinizada do Cristo está a morte da velha natureza adâmica para ressurreição na nova natureza cristocêntrica, nos ligarmos e conservarmos nessa humanidade será o único modo de morrermos em nossas imperfeições, para ressuscitarmos na santidade.

“PERMANECEI EM MIM, E EU PERMANECEREI EM VÓS.” (São João 15, 4)

Por isso, a mediação redentora de Jesus só acontece na realidade de sua HUMANIDADE PERPÉTUA: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, JESUS CRISTO HOMEM. (I Timóteo 2, 5)

Sendo plenamente Deus, além de plenamente homem, Cristo possui todos os atributos Divinos sem os quais não se poderia dizer Dele como Pessoa Divina.

Dentre esses atributos está a ONIPRESENÇA.

Assumido um corpo humano unido definitivamente à sua Divindade, tornando-se uma só Pessoa em duas naturezas distintas (humana e Divina), Ele Divinizou esse Corpo, e nele, toda plenitude da Divindade se expande à sua humanidade:

“Pois nele HABITA CORPORALMENTE TODA A PLENITUDE DA DIVINDADE. (Colossenses 2. 9) “Porque agradou a Deus FAZER HABITAR NELE TODA A SUA PLENITUDE.” (Colossenses 1. 19)” 

Mas aquele que fora colocado, POR POUCO TEMPO, abaixo dos anjos, Jesus, nós o vemos, por sua Paixão e morte, coroado de glória e de honra. ASSIM, PELA GRAÇA DE DEUS, A SUA MORTE APROVEITA A TODOS OS HOMENS.” (Hebreus 2.9)

 Sendo homem e Deus sem divisão1, é também ONIPRESENTE em sua HUMANIDADE porque do contrário, não poderia mediar nela a salvação dos que nasceram em qualquer época.

Jesus é ONIPRESENTE TAMBÉM EM SUA HUMANIDADE, porque nela HABITA A PLENITUDE DE SUA DIVINDADE.

Por sua Onipresença, a HUMANIDADE DO CRISTO não é apenas uma ideia vaga e distante, mas realidade extraordinária e sobrenatural ainda presente e atuante conosco, não só espiritualmente, mas corporalmente, para o alcance da nossa salvação.

Podemos negar que o Verbo se encarnou, negando esse fato diretamente ou os efeitos perpétuos que ele produziu. 

Toda crença que nega a onipresença da humanidade de Cristo na água (Batismo) ou no sangue (Eucaristia) está  negando que a redenção acontece no ser humano pela Humanidade do Cristo: Muitos sedutores têm saído pelo mundo afora, os quais não proclamam Jesus Cristo que se encarnou. Quem assim proclama é o sedutor e o anticristo. (II São João 1, 7)” 

Crer na Encarnação, implica acreditar que Deus tomou um corpo, e o fez extraordinário e onipresente, pelo qual continua atuando na história.

Um corpo humano pode estar presente tanto em essência e forma, quanto apenas em sua essência.

Tem-se por essência tudo que está contido num ser, sem a qual esse ser não seria, senão, outra coisa.

Essencialmente, todo corpo humano é composto de água, sangue e carne.

Se decompormos a forma de um corpo humano substancialmente iremos encontrar apenas sangue, água e carne. E o VERBO ENCARNADO não está preso a FORMA HUMANA, como ensinou a Tradição Apostólica em Santo Atanásio1:

O Verbo não está circunscrito ao Corpo; estava no Corpo sem deixar de estar em outras partes, simultaneamente; e enquanto Verbo, vivifica todos os seres; enquanto Filho estava ao lado do Pai, e quando a Virgem o gerou, nada sofreu; O Verbo não pode ser contido por nada. Ele contém em si mesmo todas as coisas. Em sua Natureza Humana, Ele é matéria universal e singular. Mesmo presente na singularidade do corpo humano, é Ele universal em todas as coisas; Ele está contido em todo processo da natureza criada, e nem a presença numa matéria o manchou. Pelo contrário, Ele é quem santificou a matéria. (Encarnação do Verbo, p. 148/9, ano 180 DC)”

Cristo testemunhou de si corporalmente no Santíssimo sacramento do pão e vinho, como também testemunhou de seu Corpo presente na Igreja.

TOMAI E COMEI, ISTO É MEU CORPO.” (São Mateus 26, 26) 

A humanidade de Cristo nos deixou sinais de seu sacrifício na água que escorreu de sua costela aberta por lança, da qual veio o Batismo, sendo que do seu sangue e carne martirizados nos veio a Eucaristia que restaura nossa humanidade enferma para que recebamos a ressurreição.

Esses sinais são guardados e partilhados através da autoridade da Igreja. Logo, ninguém poderá instituí-los de maneira válida e lícita, senão pela autoridade da Igreja Romana firmada nos Apóstolos: “A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus” (São Lucas 8, 10) Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós. (II Timóteo 1, 14) “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito,  PARA QUE FIQUE ETERNAMENTE CONVOSCO. (São João 14, 16) “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, irá ensinar-vos todas as coisas, e vos recordará tudo o que vos tenho dito. (São João 14, 26)

A Igreja verdadeira é a que possui a continuidade histórica dos apóstolos: […] edificados sobre o fundamento dos Apóstolos e Profetas, tendo por Pedra Angular o próprio Cristo. (Efésios 2, 20); 

Nos sinais materiais de seu corpo onipresente recebemos o Batismo e a Eucaristia, dando conta que a vida eterna será depositada na humanidade do mediador, para só depois ser comunicada aqueles que, pelo primeiro sinal (Batismo) aderiram ao Corpo Místico de Cristo como membros, e posteriormente, pelo seu sangue Eucarístico, realizaram a remissão dos pecados. Só na comunhão com o CRISTO COMPLETO, UNO E INDIVISÍVEL em sua humanidade e Divindade nos será possível receber a remissão dos pecados e a perseverança da salvação: DE SUA PLENITUDE, todos nós recebemos graça sobre graça. (Atos dos Apóstolos 17. 29) […] Ele arregou nossos pecados EM SEU CORPO SOBRE O MADEIRO, para que mortos pelos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, POR SUAS CHAGAS FOMOS CURADOS. (Isaías 53, 5)” (I São Pedro 2, 24)

Os sinais corpóreos da água e do sangue dão origem a outros cinco sinais (crisma, matrimônio, ordem, unção aos enfermos, penitência), os 07 selos2 de sua humanidade.

A Igreja, Corpo genuíno de Cristo, guarda e ministra com autoridade os sinais de sua humanidade. Guardar o Corpo é dever recíproco entre Esposa e Esposa, sendo por isso, também dado à Igreja, o papel de sua ESPOSA ÚNICA E FIEL:” […] pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, SEU CORPO, da qual Ele é o salvador. (Efésios 5. 23)

Paulo identifica CRISTO na figura de ADÃO: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente (Gn 2,7); o segundo Adão é espírito vivificante. (I Coríntios 15, 45)”

Adão fora o primogênito de Deus na obra criada, formado da terra.

É o primogênito de Deus, criado imortal, sem defeito ou pecado, que subiu da terra (do barro em que fora formado) para o céu (Jardim do Éden, sua casa e habitação)

Deus sabia que não convinha Adão estar só: Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja adequada. (Gênesis 2. 18) “Então, rasgou-lhe as entranhas e retirou de uma de SUAS COSTELAS, sua ajudadora e esposa, a mulher, Eva: Então, o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia (morte não definitiva), TOMOU-LHE UMA COSTELA e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem.” (Gênesis 2. 21 e 22)”

E disse-lhes como num matrimônio: “Por isso, o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gênesis 2. 24 e 25)

Cristo, o novo Adão, é o primogênito dentre os homens celestiais, o santo de Deus, e que descera do céu para a terra.

Se não era bom que o primeiro Adão estivesse só, também não convinha que o segundo Adão estivesse. E como fez com o primeiro Adão, Deus dá ao Cristo, segundo Adão, um sono profundo no calvário (morte não definitiva), e rasgando-lhe o lado da costela, faz sair água e sangue.

Como Eva saiu do lado do marido Adão; a esposa Igreja surgiu do lado do Cristo, seu marido, formada da água (Batismo) e do sangue do sacrifício da nova aliança (Eucaristia).

E sendo o novo Adão santo, também santa é a Igreja, sua Esposa Mística, formada nas suas entranhas, carne da sua carne e sangue do seu sangue. “Eis que o Senhor criou uma coisa nova sobre a terra: É A ESPOSA QUE CERCA DE CUIDADOS O ESPOSO. ” (Jeremias 31, 22) “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe glória, porque se aproximam as núpcias do Cordeiro. SUA ESPOSA ESTÁ PREPARADA. (Apocalipse 19, 7)”

Tal como dito de Adão e Eva de serem uma só carne, restou dito de Cristo ser um só Corpo com a Igreja, sua esposa. E todo aquele que perseguir em fúria a Esposa torna-se perseguidor do Esposo. Paulo, enquanto Saulo, perseguiu a Igreja, quando disse-lhe Cristo: Saulo, Saulo por que ME PERSEGUES? QUEM ÉS, SENHOR? ’ Respondeu ele: ‘EU SOU JESUS, A QUEM TU PERSEGUES. ” (Atos 9,1-5)  “Maridos, AMAI AS VOSSAS MULHERES, COMO CRISTO AMOU A IGREJA E SE ENTREGOU POR ELA; assim, os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem AMA A SUA MULHER, AMA-SE A SI MESMO. Certamente, ninguém jamais aborreceu a sua própria carne; ao contrário, cada qual a alimenta e a trata, como Cristo faz à sua Igreja. (Efésios 5. 25, 28 e 29)” “[…] pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da IGREJA, seu CORPO da qual ele é o Salvador. (Efésios 5, 23)”

Sendo INDISSOLÚVEL ao matrimônio entre homem e mulher, também indissolúvel é o matrimônio entre Cristo e a Igreja. 

Deus uniu, o homem não separa.

Isso se aplica, com muito mais razão ao Cordeiro (Cristo) e sua Desposada (Igreja).

Tendo Cristo cumprido toda a lei dos profetas4, inclusive, os Dez Mandamentos, Ele não poderia adulterar, e não sendo ADÚLTERO não abandonaria sua Esposa, nem a trocaria por amantes ou concubinas mais jovens. Se aos Esposos é lícito apenas uma Esposa, haverá apenas uma Igreja para Cristo, virgem, santa, sem mácula e fiel em seu depósito da fé, não sendo leviana, nem cortesã:

[…] PORQUE VOS DESPOSEI COM UM ÚNICO ESPOSO e vos apresentei a Cristo como VIRGEM PURA. (II Coríntios 11, 2)” 

No matrimônio sobrenatural, a Igreja chorou espiritualmente por Jesus Cristo, quando de sua crucificação no calvário, conforme profetizado: “O recém-casado lamentava-se E A ESPOSA CHORAVA no leito nupcial. (I Macabeus 1, 27)” 

Mas se a finalidade do matrimônio é a prole, como ordenado por Deus que Adão e Eva gerassem filhos naturais da carne e do sangue, também de Cristo e a Igreja é reivindicado que gerem filhos espirituais, através da água, da carne e do sangue do Esposo Místico.

A água que desce da costela de Cristo é figura da Igreja no Batismo, quando então, nascemos do Esposo através da Esposa (Igreja), enquanto pelo sangue, figura da Igreja na Eucaristia, o Esposo santifica, alimenta e redime os seus filhos do pecado: Em UM SÓ ESPÍRITO fomos BATIZADOS, todos nós, para FORMAR UM SÓ CORPO, […] e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. (I Coríntios 12, 13) “Contudo um dos soldados lhe FUROU O LADO com uma lança, e logo SAIU SANGUE E ÁGUA. (São João 19. 34) Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, FOMOS BATIZADOS NA SUA MORTE? (Romanos 6, 3) TODOS OS QUE FOSTES BATIZADOS, FOSTES REVESTIDOS DE CRISTO.” (Gálatas 3, 27) “Em verdade, em verdade vos digo: SE NÃO COMERDES A CARNE DO FILHO DO HOMEM, E NÃO BEBERDES O SEU SANGUE, NÃO TEREIS A VIDA EM VÓS MESMOS.” (São João 6. 53)”

Jesus replicou-lhe: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus. Nicodemos perguntou-lhe:Como pode um homem renascer, sendo velho? Respondeu Jesus: “[…] quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. ” (São João 3. 3 a 6)Só podemos nascer do Esposo Divino e sua Esposa Mística pelos sinais corpóreos do Esposo, concluindo que a fé na Encarnação do Verbo não pode ser professada por discursos ideológicos ou conceitos filosóficos vazios. Em seu Corpo glorioso, Cristo liga o humano ao Divino, e só por sua humanidade, nossa humanidade atinge a Divindade na qual lograremos vida eterna.

Ele nos salva através da sua humanidade, confiada somente ao único Corpo Apostólico (Igreja) dotado do poder de ligar o céu e a terra, nos sinais dessa humanidade.

É inautêntica, portanto, qualquer doutrina que subtrai a humanidade da relação entre Deus e o homem, os defensores da “igreja invisível que só existe no céu,” os quais ensinam que podemos acessar à Divindade de Cristo, diretamente, independente da comunhão com sua humanidade. Nessas seitas não há aceitação (consciente ou inconsciente) que Deus age pela matéria de sua Humanidade redentora do Cristo, e sem a humanidade do Cristo, o acesso a Deus é só ideia, nunca realidade. Na doutrina da “igreja invisível3 não há autoridade, unidade, sacerdócio, e nem a Humanidade de Cristo onipresente no Altar.4

Interagimos com o sagrado num Corpo, não numa ideia, e por isso, ser buscado e encontrado numa humanidade, implica ser buscado e encontrado num Corpo que é a Igreja: “Cristo é o chefe DA IGREJA, SEU CORPO, da qual ele é o Salvador. (Efésios 5, 23)” 

É irracional crer que Cristo, após sua ascensão ao céu, tenha deixado uma obra inacabada e ainda algo por fazer. Tudo que Ele tinha que realizar, realizou junto aos apóstolos para ser herdado por estes e transmitidos aqueles que os sucederiam até o fim dos tempos. Logo, é absurdo acreditar que Cristo subiu aos céus sem ter deixado sua Igreja organizada nos Apóstolos.

Designavam presbíteros em cada congregação.” (Atos dos Apóstolos 14, 23)

Não descuideis do carisma que há em ti, que te foi comunicado pela intervenção profética através da imposição das mãos do colégio de presbíteros. (I Timóteo 4,14).  

Na cruz, antes de entregar seu espírito (alma) ao Pai, algumas de suas últimas palavras foram:

ESTÁ TUDO CONSUMADO!5 (São João 19.30)

Conclui-se, que tudo que surgiu depois Dele, se dizendo doutrina ou igreja Dele é falso.

Sua Igreja legítima, Ele edificou quando esteve entre nós, nos advertindo que: “Assim como houve entre o povo falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos doutores, que introduzirão disfar­çadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina.” (II São Pedro 2, 1)6 

Quem primeiro disse da Esposa de Cristo, como sendo Romana e Católica, foi Paulo: Primeiramente, dou Graças a meu Deus, por meio de Jesus Cristo, por todos vós, porque EM TODO MUNDO É PRECONIZADA A VOSSA FÉ. (Carta aos Romanos, 1, 1 à 8, datação entre os anos de 47 a 60 DC)” A palavra grega da qual se traduziu “em todo o mundo” é kosmo. Kosmo e katholikos são sinônimos7 de UNIVERSAL, aquilo que está em todo mundo, em todo lugar de uma mesma forma, e numa mesma ortodoxia.*

O Magistério Católico Romano fora por declaração Apostólica elevado à modelo legítimo da sã doutrina: Estou pessoalmente convencido, meus irmãos, de que estais cheios de bondade, cheios de um perfeito conhecimento,  capazes de vos admoestar uns aos outros. (Romanos 6, 17) “Graças a Deus, porém, que, depois de terdes sido escravos do pecado, obedecestes de coração à regra da Doutrina na qual tendes sido instruídos. (Romanos 15, 14)”

Há também os testemunhos dos mais antigos:

De fato, essa comunidade (romana), dada sua autoridade superior, é necessário que esteja de acordo toda comunidade, isto é, os fiéis do mundo inteiro. NELA SEMPRE FOI CONSERVADA A TRADIÇÃO DOS APÓSTOLOS. (Santo Irineu de Lion, Contra as Heresias. Livro 3. 3,2, anos 130-202 DC)8 

A comunidade se reúne onde estiver o Bispo, E ONDE ESTÁ JESUS CRISTO, ESTÁ A IGREJA CATÓLICA. (Anos 67-90 DC, in Epístola aos Esmirnenses)”

A verdadeira fé cristã é essencialmente SACRAMENTAL e os sacramentos estão sob a autoridade exclusiva da Igreja. Não pode se valer da autoridade da Igreja para ministrar os sacramentos, aqueles que negam essa autoridade.

Lutero  ao fim de sua jornada, constrangidamente reconheceu:

“Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos, há quem admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve SERÃO TANTAS SEITAS E TANTAS AS RELIGIÕES QUANTAS SÃO AS CABEÇAS.” (Luthers M. In. Weimar, XVIII, 547 ; De Wett III, 6l )

“Se o mundo durar mais tempo, será necessário receber de novo os decretos dos concílios (católicos) a fim de conservar A UNIDADE DA FÉ CONTRA AS DIVERSAS INTERPRETAÇÕES DA ESCRITURA que por aí correm” (Carta de Lutero à Zwinglio In Bougard, Le Christianisme et les temps presents, tomo IV (7), p. 289)

SACRAMENTOS: REALIDADES ESPIRITUAIS ABRIGADAS NA MATÉRIA NATURAL.


1 A união com a Divindade de Cristo, divinizou a Humanidade assumida. Portanto, já não era uma humanidade comum, tendo nela, toda a plenitude do Ser Divino. Eis o Dogma da União Hipostática. (Concílio da Calcedônia, ano 451).

2 Estes sinais nos foram deixados por Cristo, e são sete: Batismo, Crisma, Matrimônio, Ordem, Eucaristia, Penitência e Unção aos enfermos: ” Vi também na mão direita de quem estava assentado no Trono, um Livro escrito por dentro e por fora, SELADO COM SETE SELOS. ” (Ap 5. 1) ” Quem é digno de abrir e desatar os selos? O Leão da Tribo de Judá, o DESCENDENTE DE DAVI, achou meio de abrir o Livro E DESATAR OS SETE SELOS. ” (Apocalipse 5. 2 e 5)

3 Geralmente os defensores da heresia da “igreja invisível” são adeptos da sola scriptura. Ora, a Bíblia há de ser lida, e para lê-la, há de se estar visível. Logo, se a Bíblia é parte da Igreja, é então parte visível, o que contradiz com a ideia da invisibilidade.

5 Telestai é a palavra do grego koiné que significa que tudo está reparado, reconstruído, nada lhe restando por acabar, e nada lhe restando completar.

6 Na Sagrada Escritura é relatada ordenação de diáconos (Atos 6: 1-6); presbíteros (padres) (1 Timóteo 5: 17) e bispos (Atos dos Apóstolos, 20: 28 e Filipenses 1: 1). A primeira sucessão apostólica, para dar continuidade a Igreja, foi de Matias, sucessor de Judas: “Pedro se pôs de pé em meio aos irmãos – o número de pessoas reunidas era de cerca de cento e vinte – e lhes disse: ‘Irmãos, era preciso que se cumprisse a Escritura em que o Espírito Santo, pela boca de Davi, havia falado acerca de Judas, que guiou aqueles que prenderam Jesus. Porque ele era um de nós e obteve um posto neste ministério, convém, pois, que dentre os homens que andaram conosco todo o tempo em que Jesus viveu entre nós, a partir do batismo de João até o dia em que nos foi levado, um deles seja constituído testemunha conosco de sua ressurreição. Apresentaram dois: José, chamado Barsabás, de sobrenome Justo, e Matias. Então oraram assim: ‘Tu, Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos qual destes dois elegeste para ocupar no ministério do apostolado o posto do qual Judas desertou para ir para onde lhe correspondia’. Lançaram sortes e a sorte caiu sobre Matias, que foi agregado ao número dos doze Apóstolos” (Atos 1,16-17.21-26).

8 Existe no anedotário dos inimigos da Igreja, que fora Constantino, Imperador romano, quem “fundou a Igreja Católica”. Mas a história oficial desmente, pois vemos nos documentos do Império Romano, que o Édito de Milão, de Constantino (ano 313) conferiu liberdade de crença a todas as religiões, sendo que o Édito de Tessalônia, do Imperador Teodósio (ano 380), torna oficial a religião da Igreja de Roma, cuja fé fora dada ao povo romano pelos santos Apóstolos: “Édito dos imperadores Graciano, Valentiniano (II) e Teodósio Augusto, ao povo da cidade de Constantinopla. Queremos que todos os povos governados pela administração da nossa clemência professem A RELIGIÃO QUE O DIVINO APÓSTOLO PEDRO DEU AOS ROMANOS, QUE ATÉ HOJE FOI PREGADA COMO A PREGOU ELE PRÓPRIO, e que é evidente que professam o pontífice Dámaso e o bispo de Alexandria, Pedro, homem de santidade apostólica. Isto é, segundo a doutrina apostólica e a doutrina evangélica cremos na divindade única do Pai, do Filho e do Espírito Santo sob o conceito de igual majestade e da piedosa Trindade. Ordenamos que tenham o nome de cristãos católicos quem sigam esta norma, enquanto os demais os julgamos dementes e loucos sobre os quais pesará a infâmia da heresia. Os seus locais de reunião não receberão o nome de igrejas e serão objeto, primeiro da vingança divina, e depois serão castigados pela nossa própria iniciativa que adotaremos seguindo a vontade celestial. Dado o terceiro dia das Calendasde março em Tessalônica, no quinto consulado de Graciano Augusto e primeiro de Teodósio Augusto.

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